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A resiliência de um viajante de sapatos prateados questiona a noção de pertencimento cultural e o manejo da doença psiquica, através de um exemplo de processo de cura pelo Candomblé. O autor compartilha seu desconforto e sofrimento pelo duplo desenraizamento: teve que ir embora do Brasil, patria do seu pai para se juntar à mãe na França e viver o caminho da integração; e sua própria identidade brasileira é baseada no desenraizamento africano, na memória dos descendentes de escravos. Depois de ter interrompido sua vida profissional em Toulouse devido a um processo de invalidez, ele retornou na Bahia em busca do Brasil de Jorge Amado onde finalmente descobriu o trabalho do fotógrafo etnólogo Pierre Verger e a religião do Candomblé através do Ilê Axé Opô Aganju do Babalórixa OBARAYÍ. Uma identificação com este pai simbólico transcultural e Babalaô, Fatumbi, assim como com sua mãe afro-brasileira, YAKEKERÊ CiCi, parece ter permitido que Fabien Liquori contivesse o sofrimento do desenraizamento. Este livro testemunha uma cura e um esforço de sublimação. Ella Schlesinger Doutora em Psicologia Université Lyon 2
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